Sunday, September 29, 2013

em jeito de Outono

Outono

Sinto a serena melancolia outonal com o brilho do regato que se faz ribeiro
com a mais profunda gratidão por cada gota purificadora
com a plena aceitação da cadência divina da Mãe Natureza
ainda autêntica apesar de nós …

As folhas caindo são a mais sublime evidência
do silêncio do vento que leva as memórias
pelo infinito do horizonte adentro
pelo infinito do mar …
onde algures o sol nascerá outra vez
nesse outro lugar onde já nada é igual …

e nisso em nada ele muda
de cada vez que muda ... irrevogavelmente
Adeus querido Verão
é tempo de abraçar em plenitude a luz fosca da noite outonal

Jorge Tárreo

Sunday, September 08, 2013

Adore

Um filme sem dúvida a não perder! Daqueles que abana com as nossas estruturas.
 
Paixões Proibidas
Título original: Adore
De: Anne Fontaine
Com: Robin Wright, Naomi Watts, Xavier Samuel
Género: Drama
Classificação: M/16
Outros dados: Austrália/FRA, 2013, Cores, 100 min.
Links: http://adoremovie.com/
 
Os anos passaram, mas a amizade de Roz e Lil (Robin Wright e Naomi Watts) não se alterou. Depois de o destino as ter reunido, elas passam algum tempo juntas num lugar paradisíaco com Ian e Tom (Xavier Samuel e James Frecheville), os respectivos filhos, que representam para elas a extensão de si mesmas, na sua beleza e juventude passadas. Fragilizadas e ainda a recuperar das suas relações anteriores, cada uma delas acaba por se apaixonar pelo filho da outra. E, apesar do preconceito inerente àquela situação inesperada, os quatro acabam por ceder à atracção, vivendo uma apaixonada história de amor. Porém, terá esse amor força suficiente para ultrapassar as dificuldades que, inevitavelmente, acabarão por surgir?
Realizado por Anne Fontaine, um drama baseado no conto "The Grandmothers", escrito, em 2003, pela escritora inglesa Doris Lessing, laureada com o Nobel da Literatura em 2007. 

PÚBLICO

Sunday, June 16, 2013

Antes da Meia-Noite


Dois dos mais bem conseguidos (e meu ver) momentos cinematrográficos tiveram agora a oportunidade de ser "completados" com a terceira película da "série" e isto a propósito de "Antes da Meia-Noite". Com toda a subtileza habitual, sem sequer nos apercebermos muito disso, é um filme que nos leva bem fundo à reflexão sobre a essência da vida ... sem mais comentários tudo o que posso dizer é que é mesmo "a não perder". 
 
Antes da Meia-Noite
Título original: Before Midnight
De: Richard Linklater
Com: Ethan Hawke, Julie Delpy, Seamus Davey-Fitzpatrick
Género: Drama
Classificação: M/12
Outros dados: EUA, 2013, Cores, 108 min.
 
 Dezoito anos após o seu primeiro encontro num comboio entre Budapeste e Viena ("Antes do Amanhecer", 1995) e nove após visitarem Paris ("Antes do Anoitecer", 2004), os nossos caminhos voltam a cruzar-se com o de Celine e Jesse (Julie Delpy e Ethan Hawke), que agora se encontram de férias em Messinia, Grécia. Casados e com duas filhas pequenas, eles são bem-sucedidos profissionalmente e vivem uma relação estável e madura. Porém, a realidade do dia-a-dia acaba por se intrometer nas suas vidas e, apesar de ainda se amarem, ambos começam a questionar os motivos que os aproximaram.
Depois do sucesso dos dois primeiros filmes, o realizador Richard Linklater e os actores Julie Delpy e Ethan Hawke continuam esta narrativa que, ao longo do tempo, se tornou uma das mais belas e reflexivas histórias de amor do cinema contemporâneo. Cada encontro e cada filme têm sido marcados pela idade, maturidade e necessidades dos protagonistas que, se antes eram pautadas pela impulsividade e necessidades românticas, se foram tornando cada vez mais dominadas pelo pragmatismo.
PÚBLICO

Sopros


Sopros

Tantas vezes a humanidade se interroga sobre qual o sentido da vida … a resposta que me parece mais evidente, senão mesmo a única possível, é a de que o sentido que a vida segue, talvez mesmo o único que ela conhece, por Natureza, tal como as águas de um rio, é mesmo "em frente".
Saibamos aprender com a sabedoria das águas de um rio. Saibamos contornar os obstáculos que surgem no caminho e também as barragens que tantas vezes nós próprios artificialmente criamos. Saibamos fazer de cada instante a mais suprema oportunidade de conhecer e de ensinar a plenitude do que é o Amor. 

Monday, February 11, 2013

Amour

Tinha escrito uma breve reflexão sobre vários dos sentimentos proporcionados por este momento cinematográfico. Mas como perdi o texto, escrevo só que é um filme de Haneke, e quem conhece a obra do realizador Austríaco radicado em França sabe que isso o torna por si só "obrigatório". 

 

Amor

Título original: Amour
De: Michael Haneke
Com: Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Huppert, Rita Blanco
Género: Drama
Classificação: M/12
Outros dados: FRA/Áustria/ALE, 2012, Cores, 127 min.

Georges e Anne são dois professores de música reformados que já passaram dos oitenta. Vivem comodamente num belo apartamento de Paris, têm uma vida cultural activa e sentem-se felizes e realizados. Até Anne ter um acidente cardiovascular. Saída do hospital, paralisada de um braço e impedida de voltar a tocar, torna-se totalmente dependente dos outros. Os dias vão passando até que todos se apercebem que a doença também lhe afectou o cérebro e que ela caminha para uma demência progressiva. E é assim que, a braços com uma situação sem retorno, eles vão ter de aprender a lidar com o medo e com a consciencialização do fim que, inexoravelmente, se aproxima.
Um filme dramático sobre o amor e a velhice, realizado pelo aclamado realizador austríaco Michael Haneke. O filme, aplaudido pelo público e pela crítica no Festival de Cannes de 2012, valeu a Haneke a segunda Palma de Ouro (depois d' "O Laço Branco" em 2009) e foi o vencedor da 25.ª edição dos Prémios do Cinema Europeu, conquistando as quatro categorias principais: melhores filme, realizador, actor (Jean-Louis Trintignant, depois de uma ausência de mais de uma década) e actriz (Emmanuelle Riva).

http://cinecartaz.publico.pt/Filme/312572_amor

PÚBLICO

Sunday, November 25, 2012

Detachment

Já há algum tempo que uma ida ao cinema não se traduzia numa experiência tão compensatório como ter ido ver este "Detachment", para português, vá-se lá perceber porquê, traduzido para "O substituto". 

É um retrato (possível) de tanto do que é hoje a nossa sociedade ... retrato imbuído de enorme sensibilidade, inquietação e profundidade. Resumindo de uma forma muito simples diria: a não perder! 

 

Detachment


De: Tony Kaye
Com: Adrien Brody, Christina Hendricks, Marcia Gay, Lucy Liu
Género: Drama M/12
Outros dados: EUA, 2011, Cores, 97 min.
Links:http://detachment-film.com/
Henry Barthes (Adrien Brody) é professor de liceu e possui um talento nato para criar empatia com jovens. Porém, decidido a não criar vínculos com nenhum, optou por uma carreira de substituição, orientando, por curtos períodos, turmas que por um motivo ou outro ficaram sem docente. Até ao dia em que é colocado numa problemática escola pública, onde o corpo de professores se debate com adolescentes desmotivados e violentos. Ao descobrir uma ligação improvável com os seus novos alunos, com uma professora da escola e uma jovem problemática que recolhe das ruas, Henry apercebe-se que o seu dom natural pode realmente fazer diferença nas vidas de algumas pessoas e que, mesmo que o preço seja a perda de alguma paz de espírito, vale a pena o envolvimento...
Realizado por Tony Kaye ("América Proibida", "Lake of Fire", "Black Water Transit"), "O Substituto" conta ainda com a colaboração de Christina Hendricks, James Caan, Marcia Gay Harden, Lucy Liu, Blythe Danner, Tim Blake Nelson, Bryan Cranston, William Petersen e dos estreantes Betty Kaye e Sami Gayle. PÚBLICO

http://detachment-film.com/trailer/

PÚBLICO


Sunday, October 21, 2012

Walden ou a Vida nos Bosques



Não são assim tantos os livros que podemos considerar “absolutamente indispensáveis” …
Walden ou a Vida nos Bosques, de Henry D. Thoreau, um figura certamente incontornável no pensamento ecológico (e não só), é por certo um deles.
Uma profunda reflexão sobre a sociedade industrial (de então, muito longe ainda de escala globalizada e tão intensa como a de hoje) e que nos deveria fazer a todos parar para reflectir … leitura mais que aconselhada, leitura mais que “obrigatória”, ou não tivesse a chancela da Antígona, talvez uma das poucas (ao que sei) editoras independentes que ainda resistem.

Monday, September 24, 2012

KISEKI – I WISH



Diria que só pela "viagem" ao Japão este filme já é "obrigatório" mas muito antes disso, parece-me que qualquer filme de Hirokazu Koreeda se torna obrigatório por toda a mestria cinematográfica ... uma evidência de como é possível filmar com relativa simplicidade mas ao mesmo tempo conseguindo explorar toda a profundidade e densidade das personagens e enredo. Sem dúvida a não perder! 


Título original: Kiseki / I Wish
De: Hirokazu Koreeda
Com: Koki Maeda, Ohshirô Maeda, Ryôga Hayashi
Género: Drama
Classificação: M/12
Outros dados: JAP, 2011, Cores, 128 min.
Links: http://www.magpictures.com/iwish/

A história de dois irmãos japoneses que vivem separados desde o divórcio dos seus pais. Koichi (Koki Maeda), o mais velho, mora com a mãe (Nene Ohtsuka) e com os avós em Kagoshima. Ryu (Ohshiro Maeda), por seu lado, vive com o pai (Joe Odagiri) em Fukuoka. O maior desejo de Koichi é a reconciliação dos progenitores e a consequente reunião familiar. E é então que, acreditando que um desejo formulado no momento em que dois comboios se interceptam se tornará realidade, ele organiza uma viagem com o seu irmão e alguns amigos até algures a meio caminho entre Kagoshima e Fukuoka, ao lugar onde os comboios se cruzam. E a fé deles é tão grande que algo de verdadeiramente grandioso acaba por acontecer.
Um filme escrito e realizado pelo japonês Hirokazu Koreeda, depois dos premiados "Ninguém Sabe" (2004) e "Andando" (2008). PÚBLICO


PÚBLICO