Nothing Changes on New Years Day?
O fim de um ano (pelo menos segundo o calendário gregoriano, creio) é sempre um período de balanços. É também um período profundamente introspectivo. Sobretudo retrospectivo diria. Contas imprecisas e “shoots” frenéticos de imagens e miragens disparados a uma velocidade tão ou mais grande que a das próprias emoções. E a propósito: tenho o direito de dizer “mais grande” sempre que me apetecer, prometi isso mesmo à criança que há em mim.
Às vezes é importante olhar para trás. Muitas vezes é importante olhar para trás. Mas é sempre arriscado e muito grande a possibilidade de nos deixarmos submersos em tal oceano, como criança que de tão compenetrada na construção do seu castelozinho de areia mal deu pela subida da maré. Ou mal deu por seja o que for em redor.
Suponho que é daquelas coisas que ninguém está livre, bem pelo contrário: ter a sua obsessãozinha de estimação. Sendo que “obsessãozinha” pode variar imenso no tamanho e no número também.
Tudo é relativo na vida, aprendi isso no ano passado (passou-se não faz nem 2 dias) e mesmo em outros anteriores. Mas mesmo assim, sendo nós donos e senhores dessa relatividade, não deixam de ser imensos os incêndios que a mais singela faúlha pode atear.
A vida é bela ... existe sempre “Ný Batterí”, “Hun Jord – Von”, “Moya”, entre outros tesouros bem guardados para o indiciar ... existem os sonhos que o pretendem vincar de forma apaixonada ... sobretudo se soubermos corresponder a tal paixão.
Por falar em paixão .... olhando para trás ... atordoam-me os sentidos sempre que teu olhar mergulha no meu com toda a sua densidade, rasgando-me até ao mais profundo de mim ... olhar cujo brilho por instantes quase esqueci nas esquinas da cidade e atalhos do dia-a-dia, que são uma pálida imitação de tudo o que importa, uma fátua imitação de ti ...
Novamente não sei como pronunciar teu nome, não sei se alguma vez saberei. Mas não é isso a vida? Universo de afectos e tentativas mais ou menos falhadas, mais ou menos conseguidas, de ser? Não sei, e ainda bem ...
Não é isso a vida senão a arte de olhar cada manhã com os olhos de um menino trepando às árvores de um grande e biodiversificado pomar?
Bom, por muito lugar comum que o possa parecer (e talvez ser), espero um 2006 com mais Paz, pelo menos à nossa própria escala, que à escala da geopolítica liberal as contas parecem dar sempre o mesmo ... com prejuízos e lucros repartidos de forma tão desigual e obscena. Cruel.
Espero que os seres possam consciencializar-se de que o essencial do que buscam está mais próximo de si mesmos do que talvez possam pensar ...
e que o essencial, no essencial, é Amar.
Love is All there is. Parece simples não é? Mas a simplicidade é bem complexa por vezes, e ao mesmo tempo simples.
Por vezes perdermos-nos talvez seja um bom exercício para podermos depois melhor nos encontrarmos. Estou em crer que 2006 será um ano propício a tal exercício. Ou como dizem os brasileiros .. bom, me esqueci mesmo de seu jeito de falar ...
Hmm, não encontrei nenhuma forma interessante de terminar o texto, e o ano mesmo agora a começar.
Vai ser lindo, vai.
Ah, everything changes in new years day e nos outros dias também. Advertências: às vezes nem tanto, tudo depende do modo de usar. Ou como dizia o outro: tudo é rlativo. E tinha muita razão, pelo menos de quando em vez ...
prescrição:
olha a aurora como o trilho se precipita no horizonte indomável