Wednesday, October 24, 2007

O Papalagui


O Papalagui


O Papalagui é um dos livros mais “essenciais” que já tive a oportunidade de conhecer e descobrir.

Nas reflexões do chefe Tuiavii um dos mais cativantes testemunhos desse(s) profundo(s) paradoxo(s) que constitui a nossa cultura tecnocêntrica “ocidental”, profundamente “afastada” da Natureza e da mais primordial simplicidade da Vida e do viver.

Um livro absolutamente “obrigatório” e extremamente cativante que se lê (ao contrário talvez do que se deve) num ténue sopro de tempo.

E a propósito de tempo ...


Pretendem alguns Papalaguis que nunca têm tempo. Correm desvairados de um lado para o outro como se estivessem possuídos pelo aitu* e causam terror e desgraça onde quer que cheguem, só porque perderam o seu tempo. Este estado de frenesi e demência é uma coisa terrível, uma doença que nenhum homem de medicina pode curar, doença que atinge muitos homens e que os leva à desgraça.”


O Papalagui

Autor: Tuiavii,

Editora: Antígona

Idioma: Português

Páginas: 74

Titulo Original: Der Papalagi

Tradutor: Liiza Neto Jorge


http://www.citador.pt/biblio.php?op=21&book_id=472



Observações:


Papalagui - assim os samoanos chamam aos brancos, e assim Erich Sheurmann chamou à crítica da civilização ocidental posta na boca do chefe samoano Tuiavii que registou um êxito editorial estrondoso. Seduzindo milhares de leitores, tornou-se um autêntico best-seller e livro de cabeceira de certa cena dita alternativa, sobretudo no seu país de origem. Publicado em 1920, na Alemanha, o livro encontrou os primeiros leitores num país ainda ávido de matar saudades do arquipélago de Samoa, cuja parte ocidental tinha sido uma colónia alemã antes de ficar sob a tutela da Nova Zelândia nesse mesmo ano de 1920, até adquirir a independência de 1962.

O Papalagui não pode ser visto isoladamente. Insere-se numa tradição literária secular e numa mitologia de vigor excepcional : o sonho do paraíso terrestre. Este sonho fixa-se no século XVII nos mares do Sul que começam então a ser explorados sistematicamente. Tudo ali se procura, naquelas regiões longínquas do Pacífico: um clima feliz, uma natureza generosa onde sobrevive o 'bom selvagem' de Rousseau, inocente e nu, libertado das pressões do dia-a-dia e sem necessidade de trabalhar.


Thursday, October 11, 2007

Shakinha


Shakinha

Fev 2002 – 29 Set 2007


meu menino desde sempre e para sempre


tua ausência é em mim como um Oceano vazio

teu miar é em mim como um sorriso infinito

que me faz sorrir por dentro e pelo céu


ainda sinto os teus pacinhos sempre perto de mim

no mais fiel e irredutível Amor

como sorríamos como duas crianças brincando

mesmo sem brincar


ainda sinto a suavidade de teu pelo

sempre que me toca o coração


até já meu Shakinha

neste ou noutro céu

sei que estaremos juntos

como sempre


em casa um silêncio, um vazio

mas não um silêncio acústico

tão pouco um silêncio paupável pela palavra ou pela razão

mas sim um silêncio bem mais profundo

daquele que nos vaza a alma e doi como nenhum outro...”