Friday, July 22, 2005

fuga

Uma ténue cortina de nevoeiro cobre o céu e o horizonte em redor. O dia despertou plúmbeo, uma aura própria de outras latitudes e paragens: Estocolmo, Hamburgo, Antuérpia ou Amesterdão. Longe, talvez quisesse estar longe, não por uma qualquer fuga premente mas pelos impulsos vagabundos intrínsecos em mim.

Memórias, vultos soltos e desprovidos de exactidão vogando à deriva como garrafa no mar (sei desse oceano imenso que nos nutre subtilmente mas não o posso nomear).

Podia olhar-te por horas e ainda assim, provavelmente, sentir cada segundo como escasso e eternamente teu.

O dia ergueu-se entorpecido, propício a todas as fugas sem sentido ou propósito. Fugas que buscam mais do que deixam para trás, se tudo para trás é já extinção, se todas as precisões se dissolvem como areia face ao mar …

Existe algo de irresistível na melancolia que se insinua assim …

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