Wednesday, August 24, 2005

A Alquimia da Dor















A Alquimia da Dor - Tsering Paldrön

eu consumo, tu consomes, nós consumimo-nos …

“As prioridades da maioria das pessoas são de natureza material e imediata, e destinam-se a proporcionar-lhes bem-estar a curto prazo. Por conseguinte, qualquer obstáculo que impeça esse bem-estar deixa-as perplexas e desarmadas. Hoje o que vale é o “curto prazo” e o “para mim”. É difícil – embora talvez ainda não tenhamos visto tudo – imaginar algo mais tacanho. Uma perspectiva tão acanhada e medíocre não permite abarcar a maior parte daquilo que nos acontece. Ora o ser humano precisa de poder interpretar o que lhe acontece, sobretudo se for desagradável.

Considero, por isso, que uma das principais fontes de sofrimento do mundo moderno nasce da mediocridade da nossa visão do mundo. Privados da espiritualidade e de valores humanos, somos presas fáceis do consumismo. Catequizados pela publicidade, doutrinados pelos meios de comunicação social, com uma cultura de fait-divers e heróis de mundo VIP, a obtenção de bens materiais sob todas as formas possíveis e imagináveis e o prazer superficial a curto prazo tornaram-se os principais valores e prioridades das nossas vidas.”

A Alquimia da Dor ensina a importância de conhecer em que consiste o sofrimento e quais as suas causas, e de saber conviver com ele, para o podermos transformar e transcender. Com um estilo cativante e caloroso, a autora demonstra como esta transformação do sofrimento equivale a uma transformação de nós próprios e da nossa visão do mundo, no sentido da descoberta de uma felicidade e de uma serenidade mais autênticas.´

Devo-me ausentar por uns instantes e levo comigo este livro, naquilo que poderia designar quase como livro de férias, mas talvez não cheguem bem a ser férias. Férias ou não, o livro não podia ser mais vital, toda a sabedoria nele transcrita de forma tão primordial …não haveria outra forma tão perfeita de dizer "até já"

Tuesday, August 23, 2005

intuição

Nos níveis mais profundos da consciência existem respostas para todas as nossas indagações. Saber disso é o primeiro passo para a intuição fluir livremente e trazer-nos essas soluções.

Trigueirinho

Sunday, August 21, 2005

love





















http://gaia-porto.blogspot.com/

O Caderno Vermelho

O Caderno Vermelho

Paul Auster

72 págs.

Li e, de certa formal, logo pressenti que me iria marcar bastante … ilações que têm tanto de simples quanto de essenciais, ilações como que aparentemente casuais …

Em relatos de escassas páginas, por vezes mesmo de escassos parágrafos, podemos aqui ler, retiradas desse caderno, treze histórias arquibreves onde o Autor se revela um coleccionador apaixonado (e algo inquieto) dos bons e dos maus momentos que a realidade lhe reservou.
Paul Auster gosta de definir este florilégio como a sua "arte poética sem teoria". E, na verdade, podemos ouvir aí, com perfeita nitidez, a famosa "música do acaso".

Saturday, August 20, 2005

in the sreets of porto














in the sreets of porto
photo by princess Aneta, Agata and Ilona

o que é visível é tão esmagador que some na sombra … mais _ o que com ele não concorda é tão pobre o reportório de formas de _ de crenças vivas e de metáforas actuantes, e se consuma a vida em parcialidade tão mesquinha

presença de que não pode exprimir-se _

Wednesday, August 17, 2005

Babylon on live … [en]











Babylon on live …


Yesterday I went to the movies. I went to a cinema that I didn’t go for some time, but that I deeply adore, Nuno Álvares … there I’ve seen some of the most essential movies in my life … so to me it’s not just like a cinema, it’s actually more like an entire emotional and affective universe …

It´s one of the few “old” cinemas still resisting in town to the predatory spread of “commercial” cinemas and shopping centres multiplexes. And the question is: for how long more?

When I entered into the cinema room I was the only person there … in the end 3 people more came, so in the end we were an audience of 4 people … so I started thinking in the millions of persons, even in this same town, that at that same time should be at home, hidden in them individual lifestyle, watching some stupid TV program or commercial movie …

There´s something very wrong with this nowadays world isn´t there?

In some aspects it always seems totally up side down.

The old city cinemas (the last still resisting) have a very special aura, a unique authenticity unable to be reproduced in any modern complex, unable to be replaced by any of the comforts of nowadays cinemas …

So it really brakes my heart to assist to this slow death phenomena and the indifference of all towards it …

It´s always easy to make some zapping, to watch any TV crap in the comfort of our sofas or just go to one of this multiplexes to watch some popcorn movie … to let this cathedral of nowadays stupidity and sick individuality, alienation, to be built in our modern Babylon.

The movie it self was quite good, worthy to watch. Here some information about it:

Aaltra
Título original: Aaltra
De: Benoît Delépine, Gustave Kervern
Com: Benoît Delépine, Gustave Kerkvern, Jan Bucquoy
Classificacao: M/16

BEL, 2004, Preto e Branco, 93 min.


Uma estrada rural, algures no Norte de França. Dois vizinhos, cuja coabitação é difícil, odeiam-se e confrontam-se constantemente. Uma violenta disputa entre os dois acaba no hospital, depois de uma máquina agrícola cair sobre eles. Ficam os dois paralisados da cintura para baixo e saem do hospital em cadeira de rodas. Depois de muito pensar, desistem da ideia do suicídio e voltam a encontrar-se por acaso na plataforma da estação para apanhar o mesmo comboio. Vizinhos outra vez, para o melhor e para o pior, começam uma viagem atípica até à Finlândia que tem por objectivo exigir uma indemnização aos fabricantes finlandeses da máquina agrícola que lhe provocou o acidente. Vai ser um verdadeiro percurso iniciático, um "road-movie" em cadeira de rodas, em que irão descobrir o seu "vizinho". "Aaltra" é realizado por Benoît Delépine e Gustave Kervern, dois conhecidos humoristas belgas.


Tuesday, August 16, 2005

Oficina de Origamis pela Paz e Não-Violência











I´ve been taking parti n this work-shop, there are some cool pics sort of worthy to check I believe …

Oficina de Origamis pela Paz e Não-Violência

9 de Agosto – Organização de uma Oficina de Origamis pela Paz e Não-Violência como forma de assinalar o 60º aniversário do bombardeamento atómico de Hiroshima (em 06-08-1945) e Nagasaki (em 09-08-1945) e com o intuito de reivindicar a abolição da utilização de todas as armas nucleares ao nível planetário. [Campanha pela Paz e Não-Violência]

Relatório:

A Oficina decorreu no Café Grão D`gelado em Leça da Palmeira e contou com a participação de inúmeras pessoas. Do GAIA estiveram 5 activistas presentes.

A acção iniciou-se com a oferta de um Origami, um “tsuru” (pássaro que é um símbolo da paz no Oriente), a cada mesa, juntamente com um panfleto explicativo da acção que iria decorrer. Esse processo foi decorrendo durante toda a noite à medida que mais pessoas iam chegando.

Depois deu-se então início à Oficina propriamente dita com alguns activistas a demonstrarem uma certa inaptidão e falta de talento para a prática dessa arte tão interessante que é a criação de Origamis, sinal de que mais oficinas deste tipo são necessárias para tentar mitigar esse fenómeno de inaptidão.

Os participantes demonstraram muito entusiasmo e interesse durante a Oficina e pode-se afirmar que os objectivos foram atingidos no que diz respeito à evocação dos terríveis e criminosos acontecimentos de Hiroshima e Nagasaki. Devido ao contínuo interesse demonstrado por diversas pessoas, a Oficina foi-se prolongando além do tempo inicialmente previsto, permitindo a participação de mais pessoas e a divulgação dos princípios inerentes à acção.

Imagens em:

http://pg.photos.yahoo.com/ph/matrafona2003/album?.dir=1422&.src=ph&store=&prodid=&.done=http%3a//pg.photos.yahoo.com/ph/matrafona2003/my_photos

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Sunday, August 14, 2005

desde Ratisbona

[ Pura e simplesmente tinha que postar esta carta digital da Ritita, seria um egoísmo demasiado grande não a partilhar com todas as almas que ela pode tocar, e então, seleccionando aquilo que poderia ser visto como não excessivamente pessoal – como se isso fosse possível numa reflexão tão profunda -, sobram estas reflexões directas ao âmago da condição social … ] Aqui vai :


Saluto-vos do Raibow Land que é mais rainbow que land,
a caminho da terra que me deu tanto, o porto das
marias.


(mudanca de assunto) - podem fazer uma pausa, já sabem
que estou bem, e isso é que interessa ;-)

---Sobre a escola - --- poder --- dinheiro ---
controlo da vontade humana

Sempre discuti com a minha mäe, sem acreditar como é
possível tanta gente admirar o Conceito Escola, já só
por si, sem perceber que é um dos espacos de menor
liberdade que este modelo de sociedade --
Chamemos-lhe, como diria o daniel Quinn, os Takers, a
tribo ´TAK`, (T otalitarian A gricultur K ingdom),
nascida na mesopotämea, qd depois da descoberta da
técnica de trabalhar o metal, conquistou com a técnica
da espada, as restantes, pois a prática da agricultura
exige os recursos da terra - propriedade.

Queremos coisas.
Para queé? agora descubro que sou muito mais feliz sem
eslas.

O primeiro direito humano, deveria ser o Direito à
morte!

As religiöoes salvacionistas sacralizaram de tal ordem
o Homem, que se esqueceram da mulher, logo assim de
rajada, e o reino animal, vegetal, o reino protozoário
e outros que a stora de biologia ensinou da secundária
;-)

Este d. quinn defende que, com a técnica do total
controlo agrícula, porque eles teem armas declarou a
guerra à comunidade da vida em outras formas, por
acreditarem que o Homem é superior.

Nunca nínguém disse Mulher, querendo-se referir ao
todo.

----------------------- FIM DA PARTE CHATA E APENAS
PARA CIENTISTAS


-----> Telenovela "I see you through Victoria´s eyes",
a minha próxima novela,

. a família do Island é perfeita, é quase como a
minha, mas nós ainda pertencemos Aos Pinto de
Vilhena, da Parte dos Pinto e Sotto Mayor, e Eles säo
baixa burguesia, emergente - Tal com o paizinho, que
Deus o tenha, Gracas a Deus, O D. Sebastiäo há-de
chegar, coitadinho, nunca teve pai.

. casámo-nos, num daqueles momentos típicos de depois
a tempestade, vem a bonanca, só me ria, lembrando-me
das histórias semelhantes das mulheres e homens da
minha fam+ília do 25 de Abr

. descompensei bastante, mas como a gente que vive o
Rainbow, diz " Bem vinda a Casa. Aqui é um espaco de
Cura, Respeito e Liberdade - a tua liberdade comeca,
qd a d@ outr@ termina e vice-versa

. lembro-me das fotos dos meus pais vestidos de
hippies, passeando-me em Londres ou na Gulbenkian

. a revolucao de Abril, que tod@s vivemos como uma
família, o meu pai como rebelde, louco, näo sabe o que
faz, apenas quer liberdade

. comeco hoje homens todos fodidos pelos governos da
Thatcher, pelas guerras santas em israel, esmagados
pelo peso do SEXO - A PALAVRA PROIBIDA PELA IGREJA

. igreja essa q nem sabemos se é luterana,
protestante, anglicana, ou apenas e puramente CRISTÄ

. ..... bom, paro q já tou a divagar. como já devem
ter percebido finalmente comeco a creiar

Sinto a SAUDADE, que näo sei q significa e só me vem
palavras portuguesas, das mulheres e homens que
choraram amaram e morreram publicamente na nossa
literatura.

. comecei a cantar e a compor música
. qd destruo algum objecto, automaticamente crio uma
soluccao de transformacao - é difícil desiludir-me,
por näo esperar mais do que tenho, e acreditar que
tudo está e vai ficar bem




------ Gossip Politico - (em parangona)

papa e bush amigos de infancia

Estou neste momento em Ratisbona, terra que formou o
novo Papa, Ratzinger, PapaRazzi, aqui pós bávaros.

Regensbourg, pó inglés, tem uma das mais
extraordináriamente ricas universidades públicas que
já alguma vez ouvi falar.

E sabem do que vejo?
O I. diz que a faculdade de biotecnologia foi
simplesmente comprada pelo Pentáguno (estrela de cinco
pontas - simbologia, meus senhores ....)

O Mário escreveu-me há uns dias associando-me escola -
está sentado e quieto! - controlo.

Os miúdos andam à cata dos cursos mais fáceis e
movimentam-se em ondas de inscricöes e
extra-matriculacoes, pelas cidades o estado.

porque näo sabem o que fazer na vida (pq de facto a
infÄncia e a escola ensinaram-nos apenas a pensar e
näo a fazer e a desenvolver o poder das mäaos e do
corpo), os putos divertem-se na escola, com o dinhiero
que os paes adoram e acumulam e com o que nos
atormentam que sem ele näo sobreviveremos.

A isto se chama DEPENDENCIA; ADICCÄO.

para estas criancas que teem esta doenca (???), venham
ao rainbow do próximo ano, destinado ás criancas,
sobretudo para aquelas que cresceram sempre com
necessidades especiais, e nem sempre satisfeitas.
cresceram anormais, retardadas e excepcionais.

Por excepcionais que säo, precisamos de ter um espaco
amplo, embora podendo ter alguns obstáculos naturais;
pessoas responsáveis pelo abandono de objectos,
especialmente aqueles cortantes.

Queremos que a crianca cega, que só ve a escuridao,
possa dancar, como o Ray Charles a conduzir um
corvette numa praia extenca.

Para esta crianca se sentir livre precisa, acredito,
de sentir a confianca que tomamos conta dela para que
näo se magoe.

Queremos tirar a estas criancas o medo de errar, de
morrer, de desapontar, de ser notadas com medo e
horror, ás vezes.

Mostrar a estas criancas que podem ser livres é
igualmente extraordinário como aceitar o pedófilo na
nossa condicao, por ver que se o é talvez ele próprio
já foi vítima.

1- Preciso da vossa colaboracao, se amarem poder
participar na construcao deste sonho.

Thursday, August 11, 2005

Intercéltico de Sendim 2005 [en]















Tactequete e Eliseo Parra


Intercéltico de Sendim 2005 [en]

I promised my self to write more frequently in English - in consideration for all my beloved friends (my beautiful people) that don´t get this weird Portuguese language at all - which leaves me in a sort of complex situation since it´s not, for sure, a field where I feel really comfortable … English, I always feel like a 4 years old kid trying to express sort of complex things, and in the end I actually feel as if a 4 years old English kid would have been able to express him self much more and much better than I did …

Well, after these brief considerations, it’s time to try to describe my most recent trips.

On Friday I went to Sendim, in Portugal North-East, in order to be able to participate in Intercéltico festival, sort of oriented to Celtic music and Celtic musical traditions …

I went with Vera, Diana and Ana … and that made it all so better … Afterwards we met (Pedro) Serra and also some cool friends of him over there, also Rui Afonso was there … Looking backwards, I can for sure affirm that to get engaged in GAIA and meet all this terrific people, such essential part of my reality, was one of the best things that could have happened to me.

The trip it self was not so that easy … a couple of hours inside a bus in a swinging road … fortunately after some point the landscape was a very positive way of distraction.

It’s hard to express in words the mystic aura present in Trás-os-Montes. It’s a region with a very special energy, really sort of mystic and in some aspects untouched by the predating fury of industrialization and so called “development”, the concept of development that they try to sell us. On the other hand, it’s possible that this untouched area exists more in my perception than in reality it self.

Well, we arrived there nearly at sunset, which would complicate the things a fair bit since we still had to set our tents and stuff (it´s not so easy to live in material world ;O).

Fortunately there was a very kind fireman that offered him self to take us to the (camping) park (since it was still a bit faraway). Well, the so called park was quite shity but well, fair enough to the purpose that took us there.

The concerts were cool, but I´m not sure if up to the point of making such a long and exhausting trip worthy …

On Saturday we were swimming in Douro, that same river that arrives so polluted and dirty to my city, Porto. There Douro was running among an incredibly beautiful landscape. I promised my self, when circumstances would make it possible, to pay another visit.

I had a very interesting chat with Joana, Pedro sister, and I could realise that intelligence is some genetic heritage in this family, since Pedro is one of the most interesting persons I know, and also a very cool fellow from GAIA.

Hmm, I´m getting tired of all these descriptions, that I really don´t get along with. I feel that there´s so much to tell and not that much patience or capacity of mine to do it ;O)

Besides, I´m really not good with details, which usually is said to be the most important part of a story … well, it makes some sense …

At night there was a very cool band, mostly based on drumming. The name is Tactequete and Eliseo Parra, this one a very professional singer and, I suppose, dancer as well, with a terrific latin swing in his body.

If I would feel capable of that, I would like to write a bit more about Tras-os-Montes and the very particular atmosphere over there … the very authentic and unique aura that´s still possible to feel …

We didn´t sleep over night (exception made to Vera, smart girl ;O) in order to get 6.30 am bus. Well, in normal circumstances the trip could have been even interesting somehow, but it wasn´t, it was a bit more like torture I would say ;O) Nevertheless in some moments the landscape was absolutely incredible, and fortunately big part of the trip we had to do it by train. The trip “Pocinho” – “Porto” is really something very special … especially if there isn´t any group of “boys and girls scouts” singing all those terrific scouts songs … unfortunately there was one …

About the landscape, I´m sure that is that amazing and unique natural and human landscape that makes Porto wine so special, well, I don´t drink wine but still …

Trains are sort of passion in my life, so apart from regarding it like a crime, it´s also with a very personal pain that I think in all the train lines that have been shut down by all the stupid portuguese politics in most recent years … a cultural and social crime for sure … isolating remote populations and making even wider the gap between big cities and small countryside villages …

So, at least in this country, to be in the countryside is simultaneously a very inner and painful experience … to feel its dignity but, at the same time, slow abandon process …

In my mind still the impressions of that really beautiful trip (at least the part of it that I managed to perceive in such circumstances).

I also made my self a promise … hmm, but I suppose that it could bring some bad luck to reveal it, I guess that I just can’t avoid to be superstitious somehow … I suppose there´s nothing wrong with that … is there?

Wednesday, August 10, 2005

O homem não é bom nem mau

Concepção anarquista do sindicalismo, de Neno Vasco

Edições Afrontamento
(Extracto) pag. 65

“O homem não é bom nem mau. É um animal sociável com paixões e necessidades. Colocai um ser dotado de fortes paixões em certas condições, e tereis um bandido ou um tirano; colocaio-o noutro ambiente mais equilibrado e harmónico, sem meios de fazer mal, com necessidades satisfeitas, e tereis um herói ou um inventor. Criai o antagonismo de interesses, fazei com que um ganhe com o mal de outro, dai a uns a possibilidade de governar e explorar os outros, obrigai os homens a lutar entre si para viver, e eles serão maus, odientos, dominadores e exploradores; suprimi as causas de divisão, os instrumentos de exploração e domínio, e tê-los-eis cada vez mais pacíficos e sociáveis, capazes de acordo para o bem comum”

http://pt.indymedia.org/ler.php?numero=63262&cidade=1

Tuesday, August 09, 2005

A ESTRADA










A ESTRADA

http://a-estrada.com.pt/pub/index.html

Algo do mais excelente que se pode encontrar na blogosfera … com o privilégio à mistura de um TBR ser para mim simplesmente “o puto”, o “Tiaguinho”, que abraço com o mesmo sentido fraternal e carinhoso de sempre, e com um orgulho indizível …

Friday, August 05, 2005

faulhas







4 de Agosto

O ar está insuportavelmente quente, como se fosse ele mesmo brasa em lenta extinção. Todo o céu se cobre de uma densa cortina de fumo. O sol é, autenticamente, apenas um disco laranja que se pressente no céu para além dessa intransponível camada de fumo. Está insuportavelmente quente. De noite está ainda insuportavelmente quente também, nem um simples vestígio de aragem fresca ou vento sequer. Todo o ambiente como se fossem estes os primeiros sinais de um cataclismo que se pronuncia de forma cada vez mais irrevogável … de uma condição cada vez mais intrínseca naquilo que humanidade foi capaz de se tornar …

Os primeiros prelúdios daquilo que poderá ser um cataclismo maior, voraz, capaz de devorar a própria humanidade e a herética civilização que fundaram. E é somente a quase trágica fragilidade humana que emerge em tais instantes … condição tantas vezes esquecida.

Portugal arde inexoravelmente, e não são necessários exercícios de reflexão muito elaborados para perceber porquê. Durante o trajecto que fiz entre Porto e Viseu primeiro, Viseu e S. Pedro do Sul depois, a paisagem inundada de um denso e monótono quadro de pinheiros e eucaliptos, culturas infestantes e parasitariamente depredatórias dos ecossistemas naturais …

O fogo não é tanto um problema quanto mais uma inevitável consequência de um problema bem maior e em relação ao qual parece existir uma nítida dificuldade em assumir … É brutal o grau de disseminação destas espécies infestantes, num período relativamente curto foram capazes de invadir praticamente por completo quase todo o território … uma invasão silenciosa, consentida, a imensos níveis apoiada. Nunca mais me esquecerei de umas imagens que vi, em pequeno, da GNR a carregar sobre uns agricultores que se opunham à plantação de eucaliptos num local cujo nome agora não me ocorre, gente que profundamente admiro tanto quanto abomino a brutal carga dos polícias, força prepotente e autista do poder.

Fui ao Andanças, um evento já tão próprio e com uma identidade tão bem sedimentada … com uma atmosfera única. Em certos aspectos pareceu-me melhor a edição de há 2 anos – nomeadamente no que diz respeito a um maior número e maior diversidade de participantes -, quando lá estive a semana inteira. Noutros aspectos é sem dúvida de assinalar o que me parecem ter sido progressos notáveis em termos de enquadramento ecológico do evento, com uma muito maior preocupação manifestada a esse nível. Gostei bastante de lá ter estado, ainda que tenha estado por um período de tempo relativamente curto …

Entretanto, tive um reencontro que diria, em certa medida, intenso … como é óbvio (pelo menos para mim) não foi certamente um mero acaso, e de certa forma parece que é a cadência de um certo ciclo que fecha ou inicia, no Andanças, tendo lá estado há 2 anos, em circunstâncias sem dúvida diferentes.

Em relação aos incêndios e tudo que me sugerem … de certa forma creio que se seguem tempos que não auspiciam nada de muito positivo para a humanidade … já para não particularizar a situação em relação a Portugal, mas isso são outras reflexões …

O tampo da secretária estava coberto de vestígios de cinza, provavelmente suspensas no ar trazidas dos montes incendiados.

http://www.pedexumbo.com/site2005/andancas1.htm