Hoje regressei, de certa forma, ao ritmo cosmopolita da cidade e fui ver um filme com um registo algo alternativo … uma excelente película diria, daquelas que é mesmo essencial ver … foi no Passos Manuel, um dos cinemas “resistentes” da cidade, com a sua aura quase mítica.
Fui ver com a Judite, um momento muito único pois já não via esta miúda tão querida há alguns meses, exilada (como quem diz, cada vez mais me convenço que o exílio, ou melhor, o degredo, é mesmo aqui ;O)
Em relação ao filme …
Donnie Darko: A Versão do Realizador
Título original: Donnie Darko: The Director's Cut
De: Richard Kelly
Com: Jake Gyllenhaal, Drew Barrymore, Jena Malone, Patrick Swayze
Género: Dra, FC, Thr
Classificacao: M/12
EUA, 2001, Cores, 133 min.
O "Director"s Cut" reforça aquilo que a versão que estreou comercialmente já mostrava: que os "cultos" não se explicam cabalmente, andamos, quanto muito, a rondar à volta deles, porque se se explicar tudo muito explicadinho então temos de dizer que "Donnie Darko" se vai desenvolvendo em círculos de narrativas e de personagens sem resolver a acumulação e o que deixa para trás (não porque se recuse a fazê-lo, mas porque não o consegue fazer), que o "fantástico" é débil e sub-lynchiano (a velhota-espectro e o seu livro - que neste versão surge enfatizado), que há personagens que estão como indícios de outro(s) filme(s) que podia(m) ter sido desenvolvido(s) - a personagem de Drew Barrymore, por exemplo - e por aí adiante... E não ajuda verificar que na versão "director"s cut" Richard Kelly pôs de fora "Killing Moon", dos Echo and the Bunnymen, que estava na sequência de abertura... E no entanto, mesmo que o realizador não tenha unhas para a guitarra que se propôs tocar (isto só quer dizer que este podia ser um muito grande filme), a forma como fala da América é deveras original - com a capa de "filme fantástico" a espaços a levantar-se e a voltar depois a cobrir tudo ... E é verdade que o prenúncio de fim é um sentimento que não nos larga - pode ser uma das explicações do "culto" que este filme criou, o ter captado a sensibilidade catastrofista destes tempos. Um mistério, portanto.
Vasco Câmara
director"s cut continua incompreensível
"Donnie Darko" estreou-se nos Estados Unidos em Outubro de 2001. Na altura, J. Hoberman, crítico da "Village Voice" e um dos mais importantes críticos de cinema americanos, escreveu que era o primeiro filme estreado desde Setembro que parecia "não ter perdido sentido" face aos acontecimentos de dia 11 de Setembro. É curioso reencontrar agora essa ideia, porque se "Donnie Darko" não tem - nem podia ter - nenhuma relação directa com esses acontecimentos (o que não invalida que um nova-iorquino a pudesse estabelecer em Outubro de 2001), vêmo-lo outra vez, agora na versão "director"s cut", e o que ele nos sugere é uma coisa tipo "paisagem depois da batalha" (ou, mesmo, depois da "catástrofe"). Que batalha e que catástrofe, ninguém poderá explicar bem - é um dos encantos do filme de Richard Kelly, parecer um "film à clef" mas sem chave disponível, uma sucessão de mistérios sem explicação acessível
Luís Miguel Oliveira
http://www.imdb.com/title/tt0246578/
2 comments:
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